por Sonia Zorzi*
Sábado à noite, estava eu numa reunião com amigos queridos, jogando conversa fora, quando um dos participantes do grupo (talvez o mais querido), começou a queixar-se sobre a dificuldade de ser reconhecido como um bom profissional.
Na sua fala ressaltava o quanto era um excelente profissional, mas pouco reconhecido. Seus chefes (no entender dele) não percebiam o seu real valor, outros profissionais do setor, “puxa- sacos” (assim ele se referia) conquistavam postos e ele permanecia sempre na mesma. O que fazer, ele me inquiriu, e novamente voltou a discursar sobre o quanto era bom naquilo que fazia e na injustiça que sofria.
Diante do discurso inflamado e exaltação de tantas qualidades eu perguntei: O que é exigido de você? Você faz além da conta, sem esperar nada em troca? Quantas pessoas fazem o mesmo que você? Qual é o valor que o mercado dá ao seu serviço? Quantas vezes você foi procurado por outra empresa, ou por outra chefia para fazer parte de outra equipe? Quantas pessoas sabem que você é bom, além dos amigos? Os amigos te reconhecem como bom?
A resposta foi: _ “bem....., eu não sei...... eu só sei que sou bom, se sou bom não preciso fazer propaganda do meu trabalho, os outros é que têm de me reconhecer”.
Tudo isso me fez refletir que:
a) muitas vezes nos vemos como bons, mas os outros nos vêm como comuns.
b) quando fazemos somente o que é esperado, não fazemos mais nada que nossa obrigação, somos contratados para isso.
c) muitas vezes nosso trabalho é bom, mas não é o que o mercado está querendo (vendemos um serviço que não tem comprador).
d) não basta ser bom, os outros têm de reconhecer e para tanto, muitas vezes temos de usar nossa competência relacional.
e) somos promovidos a nossa incompetência, ou seja, a promoção não é o fim, mas o princípio para que possamos nos desenvolver. Quando somos promovidos é por que temos condições mínimas para ocupar o cargo; no entanto para exercê-lo bem, temos de crescer e desenvolver nossas competências quer sejam, elas, técnicas ou emocionais, ou ainda ambas concomitantemente.
Portanto, meu amigo (a), se você também tem o discurso do BOM PROFISSIONAL INJUSTIÇADO, saiba que reclamar, não levará você a lugar algum. Minha sugestão é que você reflita sobre as suas reais competências e verifique quais precisam ser DESENVOLVIDAS.
CHORAR, DISCURSAR, RECLAMAR, só tornarão (no meu entender) você um chato; o que vale mesmo é AGIR, MUDAR, EVOLUIR.
Mãos a obra e sucesso.
*Sonia Zorzi é consultora empresarial, sócia diretora da soniazorzi learning, training e consulting, professora universitária em cursos de pós graduação, palestrante, Dra. em Administração de Recursos Humanos, Mestra em Educação e Master em Programação Neurolinguística.
www.sejaprofissional.com.br