terça-feira, 15 de novembro de 2011

Você já praticou a corrupção?

por Reinaldo Bento de Lima*

Normalmente, nós associamos a corrupção ao funcionário público envolvido com dólares na cueca, ou reais em meias, conforme prevê o Código Penal Brasileiro, nos seus artigos 317 e 333.

Mas, se entendermos que a corrupção é uma forma de suborno, chantagem, sedução, ou até mesmo de ilusão, vamos perceber que a corrupção está intrinsicamente ligada ao nosso dia a dia, quer seja na vida privada ou profissional, porém não necessariamente ligado ao pagamento de dinheiro ou vantagens explícitas, e sim nas vantagens implícitas.

Vejamos; atire a primeira pedra quem nunca pronunciou ou ouviu as frases abaixo, ou similar:
  • Ao filho; Se você não tirar boas notas ficará sem o computador.
  • A namorada; Eu vou com você ao shopping, mas só se você me deixar assistir o futebol antes
  • Na empresa; Nós temos que atingir a meta de vendas senão não haverá bônus.
Os opositores a idéia inicial poderão classificar as frases de motivadoras ou de chantagem emocional, mas no fundo elas transmitem a idéia de uma recompensa por uma determinada atividade, logo se caracteriza a idéia da sedução, da atração, do fascínio, portanto sofremos uma ilusão.

Dentro dessa óptica, a corrupção é uma ilusão que praticamos diariamente quer seja de forma inconsciente ou não, mas não podemos negar a sua presença em nosso cotidiano.

Se a corrupção é algo intrínseco a nossa cultura de formação, como podemos combate-la?

Primeiramente, é difícil combater algo que não está claro, assim vamos ver duas definições de corrupção:
  • Clássica: É uma quebra do código moral, através da troca entre quem detém o poder decisório, e/ou econômico visando vantagens pessoais.
  • Outra Visão: Vantagens (individual ou empresarial) adquiridas através da quebra de um código entre a consciência e o grupo social, gerado por uma verdade ilusória.
Quando analisamos as duas definições podemos entender porque algumas pessoas enxergam o dinheiro na cueca como corrupção e outras não. Essa forma de encarar os fatos está ligado diretamente aos valores pessoais, os quais são priorizados de diferentes formas ao longo das nossas vidas, isso ocorre porque vivemos em cima de valores e não de princípios.

Não podemos esquecer que os valores variam de acordo com a cultura local, região, ou nação, já os princípios são universais.

Assim, a melhor forma de combater a corrupção é utilizarmos de forma pessoal os princípios de LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE, e quando estivermos representando a empresa acrescermos os princípios de FOCO, LUCRO E COMPROMISSO, pois a partir desses princípios surgirão valores, hábitos e virtudes que serão intrínsecos a nós.



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